domingo, 12 de maio de 2013

Sua Origem




 Acredita-se que as aves tenham surgido na Terra há cerca de 150 milhões de anos, derivando do tronco dos répteis, pouco depois dos primeiros mamíferos. As aves são classificadas no grupo Diapsida, junto com os dinossauros, crocodilianos, o tuatara e os Esquamata.
Os Diapsidas possuem uma única articulação ligando o crânio à primeira vértebra cervical, o côndilo occipital; esterno ossificado; crânio com abertura superior e inferior, etc. Além disso, aves e répteis possuem apenas um osso no ouvido médio e a mandíbula formada por 5 ou 6 ossos; resíduos nitrogenados excretados sob forma de ácido úrico e clivagem embrionária superficial.
Essas similaridades levaram estudiosos a classificar as aves num grupo de dinossauros mais derivados, os Terópodos. Dentre as características em comum podemos citar o pescoço longo em forma de “S”, pé tridátilo e ossos pneumáticos ocos.
Mais profundamente dentro do grupo, os Dromeossauros possuem mais caracteres compartilhados com as aves. Alguns dromeossauros como o Velociraptor, tinham a capacidade de girar as mãos durante a caça, e o Unenlagia podia movimentar os braços pra cima e para baixo, ambos os movimentos essenciais para o vôo.
Velociraptor




Dromeossauros
Uma importante descoberta relacionada à evolução das aves, foi quando os cientistas encontraram na China fósseis de dois gêneros de Dromeossauros datados do Jurássico Superior ou Cretáceo Inferior, ambos tinham seus corpos revestidos por estruturas semelhantes a penas. Foram chamados de Caudipteryx e Photoarchaeopteryx.
O Caudipteryx era emplumado, tinha membros anteriores curtos, não podiam voar e suas penas simétricas estavam presas ao segundo dedo da mão, como nas aves modernas, e um tufo de penas com vexilos era proveniente da cauda.
O Photoarchaeopteryx tinha plúmulas e as penas dos membros anteriores também eram simétricas e possuíam vexilos, sua cauda tinha plúmulas e uma fileira de penas assimétricas com vexilos.
Baseados na descoberta desses fósseis com plúmulas e penas, os cientistas levantam a hipótese de que as plúmulas surgiram como isolante térmico para esses animais que possuíam altas taxas metabólicas e calor suficiente para ser guardado pelo corpo, e que as penas com vexilos nos membros anteriores, por serem simétricas, não permitiam aos Dromeossauros voar, mas provavelmente eram coloridas e serviam ao animal para exibições sociais, como a corte e a defesa de território.
Embora existam evidências de que as aves derivaram de répteis primitivos, essa hipótese não pode ser diretamente testada devido à falta de registros fósseis de formas de transição. Entretanto fósseis recentes de aves do Cretáceo evidenciaram novas descobertas sobre a origem do grupo, ainda unindo as aves primitivas aos répteis Terópodos.


Archaeopteryx
O mais antigo registro fóssil de uma ave foi descoberto em 1861, na Alemanha, numa pedreira calcária. O fóssil poderia ser facilmente identificado como um réptil: cabeça de lagarto, mandíbulas com dentes ósseos implantados em alvéolos, cauda delgada e comprida com vértebras móveis, três dedos finos não fundidos que terminavam por garras. Entretanto, aquele fóssil possuía penas. Esse fóssil foi denominado de Archaeopteryx lithographica, que significa “asa antiga”.
Archaeopteryx é considerada a ave mais primitiva e na classificação atual, a classe das Aves é constituída pela Archaeopteryx mais as aves modernas, além dos descendentes do ancestral comum mais recente. Os sedimentos mostram que o corpo da Archaeopteryx era revestido por penas de contorno, além de possuir as penas das asas assimétricas e diferenciadas em rêmiges primárias nos ossos da mão e em rêmiges secundárias no antebraço. Bem diferente das encontradas no Caudipteryx e Photoarchaeopteryx.
As impressões de penas no substrato fóssil são bem claras e demonstram que as penas eram diferenciadas em rêmiges primárias, nos ossos da mão, em rêmiges secundárias ao longo do antebraço e que possuíam os vexilos assimétricos. Essa disposição e apresentação das penas, além do desenvolvimento da fúrcula, são iguais às das aves modernas, sugerindo que a Archaeopteryx poderia ter capacidade de vôo batido. Entretanto Archaeopteryx não apresenta outras características que as aves modernas possuem para voar, como carpometacarpo fundidos, articulações de cotovelo e pulso limitadas e esterno com quilha em forma de lâmina.
Cientistas afirmam que as asas da Archaeopteryx tinham tamanho suficiente para promover vôo, decolando a partir do chão e que sua capacidade metabólica poderia capacitar a ave com vôos maiores de 1,5 km a uma velocidade de 40 km/h. Seu pé primitivo impedia o pouso em árvores, sendo a espécie obrigada a aterrissar correndo, como fazem as galinhas.
Com todas as características em comum, fica difícil imaginar que as aves não surgiram a partir dos Terópodos, mas os registros fósseis encontrados atualmente não formam uma série evidente da evolução. Nem sempre penas, vôo e aves estão relacionados. Mesmo com o aparecimento das penas em dinossauros, o vôo batido evoluiu em 3 grupos distintos de vertebrados: os pterossauros, as aves e os morcegos, onde podemos dizer que as asas surgiram por meio da evolução convergente.

 Archaeopteryx lithographica

Fóssil de  Archaeopteryx lithographica



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